meus segredos, mas dizendo coisas que vocês já sabem

É a promessa de vida no coração, e o carnaval é só uma mancha azul impressa na retina. O que se diz na internet e se sente na rua é a expectativa de uma frente fria, que parece que vem ai, mas que por enquanto não se sente nada. Não tenho as roupas propícias ainda, eu acho.

Igual um muro com tijolos quadrados muito bem encaixados, eu sei exatamente as letras que compõem as palavras que vão me tirar desse sufoco, sei pra quem dizer, e ja ensaiei o roteiro. Dei nome aos bois, mas só na minha cabeça, àqueles que estão deitados e roncando do lado dos carneiros que pulam a cerca antes que eu consiga cair no sono. Se eu fosse um disco voador, abduziria eles, desenharia algo nas plantações e colocaria pra fora. Uma sequência de letras se traduz numa sequência de sons, que são só ar vibrando um nervo no ouvido. dessa vez, isso não tem me acalmado muito, porque não é o meio como esse tipo de mágica acontece, e sim a origem de onde isso vem. Vem verdadeiramente do meu coração, e não sei se estou preparada pra esse tipo de sensibilização do mundo.

Colocar coisa pra fora e testemunhar o milagre da física desse jeito é presenciar a materialização de algo que só existe como desejo, e existir como desejo é existir só pra você, então não tem como machucar ninguém. Até então esse pesadelo foi só meu. Saber palavras grandes demais exige muita responsabilidade, e mais ainda sobre o perigo de manipular elas com a língua. Minhas gengivas são macias demais pra isso. Quem sabe mais tarde? Não estou pronta ainda.