Seus olhos tem mastigado pouco? Quando a correria pra fazer sentido das coisas que escapam dos dentes, a certeza que entope, o “pensei melhor e é melhor não falar isso desse jeito”, quando isso tudo está infiltrado, detetive, absorve as cores no ar e encharcam essa esponja que você chama de cérebro, e nem isso mais fabrica sinapses …e mesmo assim as palavras tem parado de soar como jazz? Eu só não escrevo música porque tudo que eu precisava cantar já foi gravado. Parabéns aos envolvidos.
Por onde você esteve esse tempo todo? Quem são as pessoas que estavam com você? Qual é a sensação de estar submerso? Quem alimenta os cachorros? Quem cuida das plantas? Quem conta os segundos? Quem decidiu isso?
De todas as coisas que eu conscientemente escolhi não falar sobre agora, esse espaço em branco é o mais saturado. (são as notas que você não toca, mas gostaria que a gente não conversasse sobre isso)
Foi bom tirar isso do peito, mas será que podemos ficar em silêncio por mais alguns dias?