Uma prece pra que meus pés não falhem agora
Eu achei uma concha, com átrio, ventrículo, válvula tricúspide
Uma flauta, que canta o som do mar
o som que eu quiser, que não me falha nunca
Uma corda, amarrada, um nó impossível,
Meu maior medo, um som perdido que me olha, e assusta
O centro da terra, a boca que sopra o vento
Uma foto antiga, um sonho amarrado
Batendo no teto, gritando socorro
Dentro da cabeça de uma formiga
Uma pequena prece, pra que meus pés não falhem agora
Uma isca, um grito, me puxa, me corta
Saudade, sem carne, cercada de cobra
Ar puro, sardinha, me joga de volta
Me perco, reapareço
Ainda sei contar até cinco
Um, Dois, Três, Quatro
O sexto eu esqueço
Me pede perdão?
Me joga de volta
Acorda, se importa
Surfando
Eu achei uma concha